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03 erros na escolha do tema que comprometem sua pesquisa

É comum que a pessoa escolha um tema de pesquisa, seja para um trabalho de conclusão de curso, uma monografia, uma dissertação, uma tese ou somente para escrita de um artigo científico ou mesmo para um projeto visando aprovação em mestrado e doutorado levando em conta apenas sua paixão e o fato é que isso é um grande equívoco.

Isso mesmo que você leu.

Gostar do tema da pesquisa não é suficiente: todo pesquisador gosta (ou deveria gostar) do que pesquisa.

Para a escolha de um tema de pesquisa que permita desenvolver um bom trabalho de conclusão de curso, dissertação ou tese ou que aumente as chances de aprovação em mestrado e doutorado, você tem que ir além e não cometer os erros que muitas pessoas cometem mesmo sem perceberem.

Erros que são divisores de água entre quem recebe elogios pelo trabalho de conclusão de curso, dissertação ou tese ou que comemora a aprovação em mestrado e doutorado e quem lamenta.

Aí você poderia dizer: mas quem é você para dizer os erros que eu estou cometendo?

Bom, eu não posso dizer que você está cometendo agora, mas é provável que sim. Isso porque fui aprovado em três mestrados diferentes e em primeiro lugar para o Doutorado em Planejamento e Governança Pública em 2019, tive vários artigos publicados em revistas conceituadas no Brasil e já orientei diversos alunos em seus trabalhos de conclusão de curso e monografias e percebi que esses erros são mais comuns do que parecem.

Então, eu não quero que você cometa esses erros porque eu acredito que muita gente boa e talentosa perde tempo demais escolhendo temas que não são os ideais para a sua pesquisa.

Sendo direto, anote aí os 03 erros na escolha do tema que comprometem sua pesquisa. E fique tranquilo que eu vou te ajudar como resolver cada um deles neste artigo.

Vamos lá:

1- Escolher um tema excessivamente genérico;

2- Escolher um tema que não tenha aderência com o curso, programa e/ou orientador.

3- Escolher um tema velho, esgotado ou em declínio.

Agora eu vou te apresentar com detalhes o que cada erro significa, como ele pode comprometer a sua pesquisa e, principalmente, o que você pode fazer agora para virar esse jogo.

# ERRO 1 – Escolher um tema excessivamente genérico

Este erro é cometido por muitos acadêmicos: achar que escolher uma área dentro de um campo de conhecimento é suficiente.

É como se você, ao decidir adquirir um meio de transporte próprio para se locomover se dirigisse até a loja e falasse ao vendedor: “Eu quero um carro!”. O vendedor te encheria de perguntas…

Escolher “um carro” é decidir uma área dentro de um campo de conhecimento. Nesse exemplo do veículo você poderia ter decidido adquirir uma moto, uma bicicleta, um patinete… Escolher “um carro” ou uma área é apenas o primeiro passo. Depois caberia decidir qual carro, com quais características.

A escolha de um tema excessivamente genérico compromete sua pesquisa porque dificulta todas as decisões que virão na sequência:

1- Qual fundamentação utilizar?

2- Qual metodologia seguir;

3- Qual o problema de pesquisa.

4- Qual a justificativa da pesquisa

Então, o que você pode fazer para superar esse erro?

1- Aprofunde a área escolhida, busque subáreas;

2- Escolha temas que fazem interseção entre áreas e subáreas;

3- Pense em “o que” você quer pesquisar e pesquisa quais áreas estudam este objeto e aí construa seu tema.

Até aqui foi fácil né? Vamos ver o próximo erro.

# ERRO 2- Escolher um tema que não tenha aderência com o curso, programa e/ou orientador

Muitos acadêmicos definiram o que desejam pesquisar antes mesmo de definir onde ou com quem vai pesquisar e aí pode surgir o erro da ausência de aderência ao curso, programa e/ou orientador.

Seria como se você decidisse comer comida japonesa, como um sushi ou sashimi e aí fosse em um restaurante italiano. Se você decidiu comer comida japonesa deve ir em um restaurante japonês ou, se você decidir fazer sua refeição em uma bela cantina italiana deveria optar por uma das opções lá oferecidas.

Mas, muitas vezes, este erro é cometido na escolha do tema de pesquisa. O pesquisador já definiu sua temática e aí opta por um curso ou programa de pós-graduação que não estuda essa temática ou, ainda que trate, você escolhe um orientador que não trata do seu tema.

Este erro pode prejudicar tanto o andamento da pesquisa, seja pela falta de apoio na pesquisa, seja pela ausência de colegas que pesquisam algo parecido com você, quanto o final da pesquisa e o momento de aprovação, já que os membros da banca serão, em sua maioria, do próprio curso ou programa que você escolheu e não terão familiaridade com seu tema.

Sem contar que a escolha de um tema avesso ao orientador pode gerar diversos prejuízos. Conheço pessoas que tem profundos traumas nesta relação orientador e orientado e muito tem a ver com a escolha do tema guardar aderência com a área do orientador.

Bem, então como impedir este erro?

1- Antes de escolher um curso ou programa para ingressar, procure ver se o que é pesquisado bate com o tema que você pretende estudar.

2- Ao verificar um orientador(a), converse com pessoas que são ou já foram orientadas por ele(a) e verifique se existe abertura para estudos de temas diversos.

3- Seja você aberto a outros temas. Não faça do tema de pesquisa algo fixo em sua mente, se abra para outras oportunidades.

Vou te contar como foi meu mestrado: entrei com um projeto sobre Universidade Aberta do Brasil, depois mudei para Gestão da Ética e no fim pesquisei comunicação e governança pública. Gostei tanto que hoje é o tema do meu projeto no Doutorado.

Então, a solução deste erro é se planejar e buscar informações. E procurar um lugar que você se sinta feliz pesquisando o que você gosta e onde gostam que você pesquise isso.

Vamos para o último erro.

# ERRO 3- Escolher um tema velho, esgotado ou em declínio

A escolha de um tema velho, ou que já foi esgotada a discussão ou ainda um tema em declínio de interesse é um erro.

Equivale a você perceber que precisa aumentar sua produtividade pessoal e comprar uma máquina de escrever. Você até identificou seu problema corretamente, mas escolheu uma solução já ultrapassada.

Então, escolher um tema de pesquisa velho é um erro que acarreta uma fundamentação teórica antiga e com baixa chance de publicação e citação posterior. Escolher um tema em que já foi esgotado traz problemas para você definir seu problema de pesquisa. E um tema em declínio também pode trazer problemas, em especial se o seu horizonte de tempo for longo como os quatro anos de um doutorado.

Diante disso, como superar esse erro:

1- Procure escolher temas com base em sugestões de outros pesquisadores. Todo trabalho acadêmico tem uma seção sobre estudos futuros em que se pode tirar várias ideias;

2- Fuja de temas que já são tratados como um conhecimento consolidado na sua área. Normalmente estes temas já constam em livros didáticos desde cursos básicos até a graduação. Aqui valem também as dicas para o # Erro 1.

3- Faça pesquisa em bases científicas para verificar como anda seu tema atualmente. Está em declínio ou expansão?

Talvez você saiba, talvez não, mas este último ponto é muito valorizado atualmente. Veja abaixo um gráfico do meu tema de pesquisa, governança pública ou participativa e note como é atual e se encontra em expansão.

Como orientador e pesquisador, posso dizer que quando você mostra a atualidade do seu tema e o crescimento da sua área, sua escolha é respeitada e valorizada.

Bom, eu tenho certeza de que a escolha correta do seu tema de pesquisa ficou mais próxima depois que você leu esses erros e entendeu como superá-los.

Quer aprender a fazer um gráfico igual a esse (e muitos outros) sobre seu tema de pesquisa? É só clicar aqui e adquirir meu treinamento “Explorando a base de dados Scopus (Elsevier)”. Nesta oficina você vai aprender tudo sobre a base de dados Scopus, desde como acessar a base, fazer buscas básicas, refinar resultados, construir strings, exportar resultados até explorar as ferramentas de análise avançadas.

Eu imagino que você esteja pensando: mas isso é suficiente para eu conhecer toda a minha área de pesquisa?

Eu te digo: não.

Existem muitas técnicas que você pode adotar para mapear sua área de pesquisa. Uma técnica que está sendo muito utilizada e elogiada é a Revisão Sistemática e por isso eu preparei de maneira muito cuidadosa o meu curso “Mapeamento Científico e Revisão Sistemática ”. Clique aqui para adquirir o curso.

Espero ter ajudado e desejo a você uma excelente trajetória acadêmica!

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